Outro dia fui fazer um pedal bem curto, um kilometro e meio, entre o meu serviço e a casa dos meus pais. É um bairro residencial e muito tranqüilo, em geral. Aproveitei que o trajeto era curto para dar uma pedalada mais forte.
Por ser um bairro tão tranqüilo, as ruas são usadas por muitas auto-escolas para ensinar seus candidatos à motoristas a conduzir um veículo automotor em um ambiente, digamos, tranqüilo. Vale lembrar que muitos pais responsáveis ensinam seus filhos adolescentes e menores de idade a conduzir veículos nestas mesmas ruas, além destes devotados pais, namorados e outros contraventores bem intencionados fazem uso de tais pacatas vias para ensinar seus pares.
Pois bem. Vinha eu numa preferencial e um veículo de auto-escola na perpendicular. O aluno que, por ser aluno, era bastante cuidadoso, pra não dizer medroso, parou no seu pare ainda que muito, mas muito prematuramente – Respeitou o sinal, provavelmente pela última vez na sua, oxalá, longa vida de motorista.
O aluno então esperou a minha bicicleta se aproximar e olhou com uma dúvida imensa para seu instrutor. Quando eu estava a poucos metros do carro, o instrutor deu a ordem – Pode ir. E ele foi.
Foi tão vagarosamente que eu me desviei de pronto. Ajudado pelos freios da minha bicicleta, reduzi, contornei o carro e segui meu caminho, enquanto o aluno olhava tudo ainda com muito medo.
Fiquei pensando então na oportunidade que aquele instrutor perdeu de, ao invés de ensinar ao seu aspirante a ter um comportamento civilizado e ético, optou por ensiná-lo a pressionar um pedal chamado acelerador enquanto controlava outro chamado embreagem.
Este instrutor deve ter chegado a sua casa se sentindo realizado pelo dever cumprido de ter ensinado seu apavorado aluno a ser um contraventor confiante.
Acho que este é o ponto. Talvez as pessoas estejam interessadas em ensinar e não em educar, assim como os alunos querem aprender e não saber. Tem alguma coisa perdida ai no meio que não faz muito sentido, mas faz muita falta.
Imagine este mesmo aluno daqui anos, trocando as marchas, acelerando e embreando um carro sem se preocupar que o pare é seu e a preferencial é alheia?
Assim como ninguém se importa muito com os professores de ensino fundamental, acho que ninguém se importa na formação de instrutores de auto-escola. Será que eles sabem realmente ensinar e educar futuros motoristas? Será que eles sabem realmente se comportar numa via pública?
Você conhece algum aluno de auto-escola que tenha sofrido algum acidente grave enquanto aprendia? (usando veiculo oficial e aprendendo com ele. Quem já foi pra auto-escola sabendo não vale). Acidentes será que são causados pela falta de experiência ou pelo excesso de confiança?
Provoquei. Pense. Atue!
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2 comentários:
Hehehehehe, vem andar de bike aqui em São Paulo, mesmo nos tranquilos domingos já conseguiram estourar dois retrovisores em mim, mesmo eu andando a menos de 1 metro do meio-fio e completamente reto! Se não fosse o bar-end, ai minha mão!
Grande Zébedeu, foi um prazer ver seus comentarios no meu humilde Blog.
Um dia pedalaremos juntos ai em Sampa, só pela adrenalina... :)
Mas aqui tá feio tambem, nao tenha duvida. São feiuras diferentes, mas tá feio tambem.
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