quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Cuidado com o que sonhas...

Um dia o destino te coloca na frente de milhões de pessoa e pede, pede não, ordena que você diga algo para a população do seu país ouvir.

O que você diria?

Pois é, esta oportunidade o destino me deu esta semana!

Eu poderia dizer tantas coisas. Eu acho que me preparei durante toda a vida para isso! Poderia ter dito muita coisa sobre física, sobre ser pai, sobre música, sobre computadores que dediquei toda minha vida profissional, mas em resumo o que disse foi – Deixe seu carro na garagem e vá para o trabalho de bicicleta, a pé ou de ônibus!

O destino é irônico.

Talvez a coisa que eu faça mais naturalmente me colocou um microfone em frente da boca, uma câmera ligada e alguns milhares de pessoas me ouvindo.

É o destino. A gente não controla nada, ele faz tudo!

Ou não? Fazemos nossos caminhos, ele só coloca as situações certas nos lugares certos.

Em todo caso, foi estranho, muito estranho!

Meus 15 minutos se passaram, talvez eu seja mais identificado na rua agora, talvez não, talvez inspire outras pessoas a sair de bicicleta, talvez as pessoas tenham a reação contrária.

Seja como for, o destino está ai, pregando peças!

Foi um dia agitado. Filmamos muito, andei de bicicleta uns 30 km! Falei um pouco, quebrei a unha, pedalei sem camisa.

E o resultado de tudo isso? Só o tempo dirá!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sobre WEB e outras CAMs (Ou o momento sagrado da fotografia).

Outro dia tive que fazer umas das coisas que mais odeio na face da Terra: Esperar em fila de banco. Odeio porque em geral eu espero e quando chego para ser atendido sou avisado que o que eu queria fazer não é possível naquele caixa e perco minha espera. Isso tinha acontecido no dia anterior e imaginava que o mesmo ia acontecer naquele dia.

A fila estava relativamente grande, mas por felicidade, quatro caixas atendiam até que velozmente - No dia anterior tinha dois caixas funcionando lentamente.

Fila é por definição, uma organização linear de pessoas ou coisas em que o que chegou num tempo t0 fica na posição p0, quem chega no tempo t1 fica na posição p1, onde (t1 > t0 se e somente se p1 > p0). Existem casos onde t1 > t0 e p1 < p0. Nestes casos t1 é chamado de "fura-fila".

Uma fila de banco é composta, em sua maioria por pessoas que tem por objetivo serem atendidos pelo caixa do banco. Digo maioria porque há filas onde donos levavam cães. Mas são raras.

Numa fila de banco pode acontecer de tudo. Você pode encontrar velhos amigos ou velhas rixas. Conhecer gente nova. Conversar, ouvir ou simplesmente fazer Sudoku no celular - Que é o meu caso.

Outra coisa que me distrai em fila é observar o comportamento humano mediante o inevitável. Alguns relaxam, outros ficam tensos. Alguns olham o ambiente e outros olham os outros.

No caso desta fila em especial, uma das primeiras pessoas da fila era uma moça jovem, com uma roupa de empresa. Uma moça bonita com uma roupa que, por dizer assim, ressaltava suas formas.

Quando a pobre jovem foi atendida no caixa, esta debruçou sobre este para poder ouvir e ser ouvida. Nisto suas formas ficaram ainda mais evidentes. Não que eu consiga imaginar algo sexy numa fila de banco. Mas observei o comportamento dos meus companheiros co-fila.

Alguns olhavam discretamente. Alguns olham menos discretamente. Mas a maioria dos homens olha para que vejam que ele está olhando. É, homem não olha por olhar. E também olha pouco para ver. Olha para ser visto. Isto fica muito evidente quando dois homens estão juntos.

E este é o caso. Os dois olharam. Um fez um comentário ao outro. Os dois riram. Um abriu o celular, focou – e pelo jeito abaixo da linha da cintura e fotografou. Mostrou para o outro, ambos riram e ficaram comentando.

A jovem nada percebeu. Terminou sua tarefa, pegou suas coisas e foi embora com um sorriso profissional no rosto.
Esta atitude me deixou relativamente perplexo. A crise big-brother que ataca o país chegou a minha fila de banco.

Numa pesquisa pelo Google vi, meio que abismado que isto é um tipo de prática comum. Principalmente entre adolescentes, o que não era definitivamente o caso. Alguns fotografam colegas no banheiro ou na fila do parque de diversões. Mas o alvo preferido são as desconhecidas.

Fotografia é algo sagrado.

Tanto quanto o corpo humano.

Eu me sinto muito responsabilizado em cada clique que dou. Uma foto diz muito mais de quem está atrás da câmera que quem está na frente. Cada vez que faço uma foto – E talvez por isso o faça tão pouco – penso o que aquela foto está dizendo sobre mim. Cada foto que vejo, seja minha, seja de fotógrafos ilustres, me faz pensar na historia de quem clicou e pouco de quem foi clicado.

Talvez por isso, acho que nunca faria uma foto de nu. Eu me sentiria mais nu que o modelo.

Mas as câmeras de celulares estão aí. Para mostrar até quanto o comportamento humano pode ser desumano, seja no banheiro, no parque ou numa fila de banco.

A propósito. Desta vez eu estava na fila certa !

Foto em Concurso

Estou participando de um concurso de fotos feitas a partir de celulares, o endereço é este:

http://www.foto-celular.com/

tem fotos ótimas, vale a pena olhar.

Existe a escolha dos internautas, então voce pode votar na foto que mais gostar.

A minha é esta: http://www.foto-celular.com/votacao/265

Se achar que ela merece seu voto ficarei muito feliz em receber.

Já fiquei imensamente feliz de ter uma foto de celular classificada neste concurso. Ter uma foto classificada em concurso de ambito nacional já é um premio por sí só.

Vou postar a seguir um texto que escrevi há uns meses atrás após sair de um banco e acho que é apropriado ao momento.