sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Réquiem para uma boa câmera.

A minha fiel Fujica FT-705 deu sua primeira falha em anos de bons serviços prestados. Quase contrária a tudo que defendo quanto a simplicidade, a Fujica com sua infinidade de botões, escolha de lentes, ajustes e leituras foi a minha professora de fotografia, com a qual fiz cerca de 1500 fotos em pouco mais de 4 anos.
Sempre fiel, começou a apresentar medidas estranhas no fotômetro, como se sempre houvesse um excesso de luz. Isso me fez perder um rolo de filme e a confiança na velha maquina.
Depois de constatado o problema, levei até uma não menos fiel, oficina de câmeras que já ressuscitou várias câmeras minhas, deu o triste veredicto de falta de peças para manutenção.
Existe ainda a possibilidade de um técnico indicado pela própria Fuji resolver o problema, eu mesmo abri a câmera e tentei encontrar algo, mas por um momento, resolvi remover as pilhas, enrolá-la em plástico com sol-gel para proteger a unidade e guardá-la numa caixa.
E assim ela ficou por dois dias.
Depois pensei que esse não é o fim digno que ela merece. Retirei o plástico, coloquei a objetiva, um rolo de filmes, fechei todo o diafragma, deixei o tempo de abertura em “B” e sai fotografando, sem botões, ajustes e leituras numa noite fria do final de Julho.
Algumas das fotos desta despedida da Fujica estão ai. Mas algo me diz que esta despedida não é definitiva.














2 comentários:

massanori disse...

Uma câmera de 30 anos com pelo menos 40.000 km voados, algumas quedas (uma pelo menos), saído de Newcastle upon Tyne (UK), conheceu Amsterdam (2x), Wageningen (2x), Den Haag (2x), estas últimas na Holanda, morou no Recife por 3 anos... É esta não quer morrer
Abraços, gostei das fotos à pin hole
Massa

Unknown disse...

Eita, saudades dessas cameras que nos faziam adquirir uma visão mais aguçada de nossos próprios instintos...Não se despeça! A última foto está divinamente humana!! Maristela