quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Seis desculpas para ir de carro no dia mundial sem carro

Você chegou de carro para trabalhar e percebeu que só você não está participando do Dia Mundial sem Carro, note a força: Mundial ! E você de carro. Não vai ser fácil escapar dessa. Então escolhemos as seis melhores desculpas e um pequeno guia de como usá-las:


(1) Mau jeito ! Decore direitinho: "Fui treinar para o #DMSC e tive uma luxação, o médico disse para eu nem pensar em caminhar ou pedalar por uns 15 dias!".

Quando pega: _ Quase sempre pega, mas evite se: A pessoa já teve luxação. Pessoas que já passaram por isso tem receitas prontas na bolsa...Vai ser difícil escapar. Evite também essa, se a pessoa pretende te convidar para um futebolzinho no final de semana, sempre acompanhado de churrasco, cerveja e tudo mais.

Quando não pega: _ Quando você está saltitante e feliz saindo do seu carro.

(2) Tive de pegar a TV de 98 polegadas na oficina e por mais que tenha tentado, na bicicleta não deu.

Vantagens _ Voce mostra que tem um TV de 98 polegadas.
Desvantagens _ Todo mundo na sua casa domingo pra ver o futebol.

(3) Não tinha troco pro ônibus: Fui no banco e só tinha nota de R$ 100,00 !

Quando pega: _Quando você mostra a nota de R$100,00 !

Desvantagem: _Explicar que não vai comprar rifa porque tá sem dinheiro.

(4) Defeito na bike. Classica: Putz, sai de manhã e descobri um problemão na bike... Putz, não deu mesmo.

Quando pega: _Defeitos como: Pneu furado, problemas no passador de corrente, suspeita de cubo travado, provável fratura na solda do quadro (essa é para especialistas com aparelho de raio-x em casa. Visão de raio-x ajuda só se você se chamar Clark e seu pai Gal-el ! )

Quando não pega: _Defeitos como bomba de combustível, bateria arreada, platinado, injeção eletrônica só pegam com carro, combinado? A proposito, conserto de pneu, em geral fica pronto em minutos.

(5) Hoje é o dia 22 de Setembro? Cara de espanto, procure a agenda, veja no celular se é isso mesmo.

Quando pega: _Se tiver aptidões teatrais, senão pule para a próxima.


(6) Meu cunhado, é dono de um posto de gasolina e me deu o tanque cheio, mas tinha de ser hoje.

Quando pega: _Nunca, mas se pegar, todo mundo vai querer ser amigo do seu cunhado.


Mas não importa, não deu para deixar o carro na garagem neste 22 de Setembro, não tente se justificar. Pare e pense o quanto o carro ocupa de sua existência e quanto ele realmente é imprescindível em cada ato. Tente trocá-lo por ônibus, carona, bicicleta ou passos em pequenas distâncias e vai aumentando sua autonomia e descobrindo que o carro é só um coadjuvante de sua existência. Deixe ele ser seu escravo.

E neste dia 22 de Setembro ou qualquer outro dia, proteja aquele ciclista a sua frente. Ele não teve ou não quis desculpas e está lá. Ele ajuda sua cidade ficar mais limpa, diminuí os congestionamentos e ajuda até a baixar o preço do combustível que você está usando.

Quando vê-lo, de um sorriso e um olá!

O transito é de todos nós!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A vaga certa?

Tão comum quanto pessoas usarem indevidamente a vaga para deficientes, são as pessoas, que como eu, se irritam com esta situação.

Já pensei maneiras de sacanear um cara que faz isso, mas sempre acho que não vale a pena e no máximo, dou aquela olhada com pena e balanço a cabeça em sinal de "não faz sentido".

Mas no último sabado vi uma cena no meu condomínio que me fez pensar.

Meu condomínio tem umas 180 casas dispostas em blocos, no que costuma se chamar de condomínio horizontal. A máxima distância entre a portaria e a casa mais afastada deve ser uns 200m. 

Os carros fazem parte do cotidiano do condomínio, como num mini-Brasil. Vejo diariamente cenas de pessoas que pra se deslocar, dentro do condomínio usam seus carros. Sim, tem um senhor que vai ver a mãe e os filhos de carro e pra isso tem que dar duas voltas desnecessárias. A pé iria em linha reta facilmente.

É comum também as pessoas irem até a portaria de carro pra pegar jornal, encomendas ou jogar o lixo - Numa cena deprimente, porque carregam o lixo com o braço estendido pela janela pra não "feder" o carro.

Já me cansei de ver cenas assim.

No sabado, pedi alguma coisa e quando chegou, fui (a pé) buscar na portaria. Por conhecidência uma encomenda de pizza estava chegando. O porteiro interfonou para o morador que veio buscar com seu carro.

Mas ai o inacreditável: Ele não saiu do carro. Parou atrás da portaria, o motoboy teve de entrar, entregar a pizza pelo vidro do carro, ele pagou e voltou para a sua casa, sem sair do carro.

Fiquei tentando imaginar o que leva uma pessoa a fazer isso numa linda noite estrelada.

Das várias hipoteses que levantei, uma vem me apurrinhando. Será que por alguma razão, algumas pessoas não estão criando uma sensação de incapacidade de se locomover? Como se as pernas deixassem de funcionar?

Outro dia assisti ao filme "O outro lado" que mostra pessoas que tem esse tipo de fetiche e sentem prazer em andar de cadeiras de rodas ou muletas - Filme aliás obrigatório.

Pensei que, talvez como uma criança mimada que vê as atenções serem dadas ao irmão caçula e passa a chupar o dedo ou fazer xixi nas calças, alguns motoristas veem a atenção dada aos deficientes e querem ocupar seus lugares.

Quase como tentando ter o melhor dos dois mundos.

Outro dia fiz algo tão impensadamente idiota, mas passional. Fui atravessar uma rua (outra vez a pé) e um senhor com muletas tentava atravessar também. Vi sua dificuldade, voltei, agarrei-o pelo braço e saí com o outro braço mandando os carros pararem. Juro que não pensei. Não sei de onde tirei essa ideia maluca. Mas atravessei com ele e depois conversamos um pouco.

Neste meu ato impensado, senti o ódio dos motoristas que tinham seus preciosos segundos roubados por um deficiente!

Voltando ao meu vizinho, estou criando a teoria que as pessoas estão, ainda que inconcientemente, deixando de lado sua capacidade de se locomover por meios próprios e formando uma imagem própria de quem tem problemas reais de locomoção e por isso, a vaga de deficientes e de fato sua.

Pense. Suas pernas querem ser usadas. Elas pedem por isso. Se não fosse assim, seus níveis de colesterol, glicose e tudo mais não estariam alterados.

E aquele senhor que ajudei, se tivesse que escolher entre ganhar um carro ou ter suas pernas de volta, acho que ele optaria pela segunda opção.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Como tratar amadoristicamente os ciclistas de sua cidade.

Sempre que vou ao centro de Rio Claro com minha bike, deixo no estacionamento Pitoli. Eles tem um bicicletário bem pequeno, vertical, que comporta no máximo quatro bikes. Mas gosto deles. Eles tratam bicicleta com o respeito que merece.

Imprimem canhotinho, recolhem na hora de pegar a bike e cobram. É o menor preço da casa, cerca de R$ 1,00 por hora. Mas tratam a bike como tratam a moto, o carro, a pickup que custou uma nota !

E mostram o profissionalismo. Quando eu vou de carro ou moto o tratamento é identico - exceto quando vou com o fusca que o dono sempre quer ver e conversar, porque ele tem um igualzinho.

Isto posto. Hoje fui pro outro lado do centro e resolvi experimentar o serviço para as bicicletas da concorrência. Não anotei nomes e endereços, mas isso pouco importa agora.

No primeiro estacionamento, cheguei e perguntei se eles aceitavam bicicleta. A moça perguntou se eu ia demorar (Ah?), respondi que sim e ela falou - "Deixa ali naquele canto". O tal canto tinha restos de construção, um lugar sem cuidado nenhum, ao sol. Perguntei se eles não tinham bicicletário, ela respondeu que não. Agradeci e saí.

Quando estava montando na bicicleta, a moça me falou - "Se o sr. quer bicicletário, ali em baixo tem um estacionamento que tem".

Este tal estacionamento já havia aceitado minha bike há uns meses atrás quando o pneu estourou.

Voltei lá e perguntei

- Vc tem bicicletário.

- Tem sim sr. Lá no fundo, "ás" direita - Me respondeu o senhor.

Um estacionamento bem espaçoso, com lava rápido, algumas motos e o tal bicicletário. Comporta umas 10 bicicletas, também vertical. Com o aviso "Travar as bicicletas".

Travei, passei no caixa e perguntei se tinha algum canhoto.

- Não sr. é só deixar travada.

Obrigado e vamos andar...

Andei, vi grosserias no transito, agressões verbais e aquelas coisas que insisto em não me acostumar.

Almocei, fui ao banco e voltei pegar a bike.

O bicicletário estava mais cheio agora. O tal senhor perguntou alguma coisa sobre minha bicicleta, sobre o pneu aro 27, sobre o conforto de usá-la na cidade.

Conversamos um pouco, agradeci e ia saindo quando ele me falou - "Então, sempre tem um gastinho, né, agente fica responsável pela bicicleta, então se o sr puder dar um dinheirinho".

Acho justíssimo pagar pelo serviço e paguei. Mas creio que não volto lá. Esse amadorismo no tratamento a bicicleta me tira do sério. Para carros e motos, temos preço afixado e somos burocráticos, mas para a bicicleta, qualquer "trocadinho" ajuda.

Infelizmente isso é regra. Por outro lado é um lugar que aceita uma bicicleta e deixa-a protegida de roubo e do sol.

Se você não é tão chato como eu e não quer gastar muito, é uma boa opção.

Pretendo experimentar outros estacionamentos e divulgar os resultados...

Um dia ...