Estou de Ferias, portanto a bicicleta volta a seu papel de uso recreativo...
Desde primeiro de Janeiro, pedalei 153 km no transito. Algumas coisas que notei:
1. O Selim tá um pouco afastado, precisa de uma regulagem.
2. O cassete tá com um nhec-nhec bem chato. Preciso abrir e lubrificar - Isso fica a cargo do meu mecanico.
3. Pedalar é bom demais...
A parte disso, nunca disse, nem pensei em abandonar meu carro completamente. Principalmente nesta primeira fase. E depois da reportagem da EPTV as pessoas me cobram quando me veem de carro. E por alguma razão me veem mais de carro que de bicicleta (talvez porque eu ainda esteja usando mais o carro que a bike...).
Mas é bom, é uma motivação pra eu ir deixando cada vez mais o carro na garagem.
Mas o que achei interessante é a curiosidade das pessoas com o capacete. Ele alias recebeu muito mais comentários que meu bravo ato de pedalar !
Muitas pessoas perguntam, apontam e vi mais quatro ciclistas "de rua" usando capacete. Um eu já o conhecia e sempre usou tal acessório, mas os outros quatro nunca os vi.
Bom, a experiência tá só começando, mas já to animado com os resultados.
Nas férias, Joss deve ficar pronta e os números devem aumentar...
Algumas pessoas que encontrei e que viram a reportagem da EPTV, acham que eu pretendo deixar meu carro parado para sempre e utilizar só a bicicleta.
Que é um sonho, sem duvida é, mas esbarra em alguns problemas. Primeiro que não estou ainda na forma fisica que sempre quis e segundo que tenho meus compromissos familiares.
O que pretendo de fato é reduzir o uso do carro ao mínimo indispensável e tentar identificar no meu dia-a-dia os momentos em que o carro não é necessário.
A ideia é muito simples: A bicicleta ser a escolha principal e o carro ser usado quando não tiver outra opção.
Na semana do dia 4 a 8 de Janeiro fiz o trajeto casa/trabalho/casa 10 vezes (ida de manha pro trabalho, volta pra casa na hora do almoco, volta para o trabalho, volta pra casa a tarde). Como este trajeto é de 7,5 km em media, na semana eu percorro 150 km.
Na semana passada, fiz este trajeto 8 vezes de carro contra duas de bicicleta. As duas vezes foram na hora do almoço. Deixei o carro no estacionamento da Unesp e fui pra casa e voltei de bicicleta. Fiz isso na segunda e na quarta-feira.
O tempo na bicicleta, fazendo este percurso foi de aproximadamente 2 horas o que dá uma média de 14 km/h.
Enquanto no carro percorri 120 km a uma velocidade media de 23,5 km/h (a velocidade media na rua é absurdamente baixa com o carro e olha que estamos no periodo de férias). Com isso fiquei mais ou menos duas horas e meia dentro do carro.
A economia no gasto de combustivel foi de aproximadamente R$ 7,35 nesta semana.
Ainda são numeros timidos, eu sei, mas é o que tenho até agora.
Pra este semana que se inicia, os planos são de dobrar o tempo de uso da bicicleta. Aguardem...
Mas deixo a pergunta: Você seria capaz de identificar os momentos em que seu carro é um peso para você? Tente !
Vou tentar contar com a melhor riqueza de detalhes que puder.
Há umas semanas atrás, a produção no Fantastico postou uma mensagem no Twitter "Quais são seus sonhos para 2010?".
E eu respondi - "Ir para o trabalho de bicicleta e deixar meu carro na garagem".
Vale uma nota sobre o Twitter. Eu não gosto dele. É informação comprimida e muita informação vindo de lugares diferentes, mas como profissional da área me considero no dever de pelo menos experimentar novas tecnologias e usá-las ou não. Tanto que tenho uma conta para assuntos profissionais que acho que é uma experiência interessante.
Mas voltando ao Fantastico, semanas depois recebo uma mensagem de uma produtora do Fantastico, perguntando se aquela minha mensagem era séria e se eu poderia enviar um sinal de fumaça pra eles entrarem em contato. Enviei meu número de telefone e poucos minutos depois a produtora me ligou - Diga-se de passagem uma pessoa muito simpática. Contei de meus planos pra enfrentar o trânsito a bordo de uma bicicleta, que eu mesmo estava adaptando pra isso, contei das minhas visões cicloativistas e tudo mais. Ela gostou da idéia e perguntou se eu aceitaria gravar um depoimento pra passar no programa do dia 27 de Dezembro.
Vale uma nota sobre a data: Sim, meu aniversário. Por conhecidência é o mesmo dia que foi ao ar um texto que fiz para um programa da MTV, última participação minha na emissora, mas isso conto em outro POST.
Aceitar não foi a tarefa mais facil da minha vida. Sim, eu sei que é o sonho de muita gente aparecer no Fantastico, ou na Globo, mas não é o meu. Eu sou absurdamente timido e do momento em que a produtora me ligou passei a transpirar e assim fiquei até a chegada da equipe. Por outro lado, vi como aquele garoto que dá a cantada na menina mais bonita da rua, certo que ela não vai cair e ela cai. Aí pular fora não dá !
A Gravação
No dia seguinte, o produtor da EPTV me ligou combinando os detalhes para a gravação, no dia 23 de Dezembro eles vieram até aqui. O expediente foi suspenso, então ficamos filmando, falando, subindo e descendo da bicicleta por milhares de vezes.
A equipe da EPTV se mostrou imensamente competente, me passaram toda a tranquilidade do mundo. Cada passo foi cantado antes e repassado.
Me lembro de ter dito algumas coisas erradas, como por exemplo que eu fiz a pintura na bicicleta, quando na verdade eu levei pra fazer, ou então que eu levei minha filha para escola quando fiquei sem carro, mas isso nem entrou na reportagem final.
Para as fimagens fiz o caminho de casa até o trabalho ida-e-volta e mais algumas tomadas na rua. No total, calculo ter pedalado uns 4 km a mais que o trajeto que pretendo fazer.
Além de mim, chamaram para a entrevista o Clayton Palomares que é já meu conhecido, ele é presidente da Federação Paulista de Mountain Bike e organizador da bicicletada rioclarense. Carinha gente finissima !!!
E chamaram também um Office Boy, o Jair para dar seu depoimento sobre o uso diário da bicicleta. Na verdade o Jair é mais que um Office Boy, prestando auxílio as empresas, mas pra simplificar as coisas, chamamos ele de Office Boy. Também carinha gente finissima, quietão, na dele, falou bem, respondeu as perguntas numa boa...
A gravação demorou bastante. Levamos boa parte da tarde colhendo material.
Nesta primeira foto, o reporter da EPTV Paulo Lima, o Jair, o Clayton e eu de capacete e luvinha a lá Ana Maria Braga - Estas luvas são utilissimas e leves...
Nesta segunda foto, o cinegrafista Ely no lugar do reporter:
Reporter e Cinegrafistas entrevistando o Jair...
Resultado Final
O Fantastico por alguma razão não aproveitou a reportagem. É a vida, outras notícias devem ter subido na classe de prioridades e a minha história ficou de fora, mas a EPTV aproveitou e colocou no jornal do dia 2/1/2010
Foi um dia muito estranho, nunca me imaginei falar pra TV seja lá o que for e meus sentimentos do dia já estão registrados.
Me ver na tela, foi ainda mais estranho.
Isso tudo foi importante para ver que essa é uma história para se contar, ou seja, um cidadão que deixa seu carro na garagem, pega uma bicicleta velha e passa a usá-la, talvez seja significativo, talvez algumas pessoas queiram ouvir estas historias. Foi um momento de eu refletir melhor sobre minhas atitudes e encarar de forma mais séria estes meus planos cicloativistas.
Foram dias estranhos, muito estranhos. Mas compensadores.
Joss já estava pedindo uma reforma há muito tempo. Com esta idéia de enfrentar o transito, sol e chuva com bicicleta, nada mais justo que dar um banho de tinha na pobre coitada.
O primeiro passo foi remover a tinta. Tentei com lixa, mas percebi que seria uma tarefa ingrata, então recorri aos profissionais. Levei até a empresa Decorjato aqui de Rio Claro (Rua 1-A, 860 Fone (19) 3523-4749). Os caras fizeram um trabalho bem prof. Veja como ficou Joss só na cobertura fosforizada (acho que é este o nome do tratamento que se dá ao quadro).,
Estes cantos amarelados acho que é alguma proteção a solda e não pode ser removido, mas também não prejudicou o resultado final.
Se não me falha a memória o trabalho custou R$ 35,00 !
Depois chegou a hora de pintar.
Em geral o que se faz é comprar uns tubos de tinta em Spray e aplicar na magrela. Isso é barato e gostoso de fazer, porém a pintura não dura nada. Qualquer batidinha e lá se vai a pintura.
Resolvi experimentar a pintura eletrostática.
Levei no Emmerson (Rua 8-A, 298 Fone (19) 3523-8455). Também trabalho de primeira.
Ele me explicou que a pintura eletrostática tem menor brilho em relação à convencional e ele não possuí um leque muito grande de cores - talvez por ter uma clientela restrita, sei lá. E além disso, pinturas pequenas dependem da disponibilidade da máquina. Como eu queria em Preto e a maquina dele estava usando prata, ele teria de parar a maquina, limpar toda a tinta (que é em pó neste caso) e remontá-la, mas se eu tivesse paciência de esperar ele terminar a encomenda das peças em prata, que ele faria para mim.
Aceitei e nem meia semana depois estava pegando a bicicleta.
Olha o resultado...
Detalhe do quadro: O trabalho ficou em R$ 50,00 !
Valeu cada centavo !
Em tempo: A maior parte da desmontagem eu mesmo fiz, a corrente e outras peças que exigem ferramentas e experiencia deixei a cargo do meu mecanico de confiança, o Alexandre do Motocar (Av-24-A, 427 Vila Alemã (19) 3523-4660)
Conheço o Alexandre desde que ele era pequeno... Quer dizer, pequeno ele ainda é, desde que eramos crianças... Ele é o cara na hora de ajustar minhas bicicletas... E sempre com um sorriso no rosto. Grande (pequena) figura !
E não cobrou nada pra fazer a desmontagem... Vai cobrar a montagem provavelmente, mas isso contarei depois ...
A bicicleta já tá adesivada, mas isso conto em outro POST.